domingo, 11 de setembro de 2016

Wawrinka faz o "impossível" e conquista o US Open. E temos mais um mineirinho bão de bola, uai


Em uma partida em que temia-se pela falta de competitividade frente ao domínio absoluto que Novak Djokovic exerce no circuito mundial há pelo menos duas temporadas, Stan Wawrinka ignorou o favoritismo de seu oponente, e faturou o terceiro título de Grand Slam de sua carreira, desta vez no US Open.

Logo no início da partida, Stan perdeu um game de saque que parecia tranquilo, em que tinha 40x15 de vantagem, e viu Djokovic se distanciar, abrindo 5x2. Mesmo assim, seguiu compenetrado, devolveu a quebra e levou a decisão ao tie-break, aonde acabou derrotado após sucessivos erros. Confesso que achei que o jogo terminaria ali, e que Stan não teria capacidade física e mental para reverter a adversidade.

Foi a partir de então que o suíço passou a incorporar o tenista que barbarizou na final de Roland Garros em 2015, encurralando o sérvio, que passava a reclamar de tudo dentro da quadra. Stan fez o dever de casa, sacando com propriedade, e colocando pressão nos games de saque do rival, levando as três parciais seguintes, assim como fizera na final em Paris na temporada passada.

A receita para deter Djokovic? É fato que se houvesse uma maneira simples de derrotá-lo, ele não estaria há tanto tempo dominando o circuito. Vale destacar que o sérvio vem se mostrando um gênio em reverter situações desfavoráveis, e a encontrar solução mesmo quando parece dominado pelos adversários.

Justamente neste ponto em que Wawrinka mostrou grandeza. Jogou com fidelidade a estratégia de buscar o ataque ao forehand para abrir a paralela e deslocar o adversário. Outra alternativa foi a alternância de velocidade dos golpes, usando bastante o efeito slice, inclusive em devoluções de saque, dificultando ao adversário gerar potencia nos golpes. Vale destacar que esta é a terceira temporada seguida em que Stan conquista ao menos um título de Grand Slam, e mais significativo ainda que foram em três torneios diferentes, faltando apenas Wimbledon para fechar esta seleta coleção.

A pergunta que fica no ar é, se após as derrotas em Wimbledon, nos Jogos Olímpicos e no US Open, Novak Djokovic estaria entrando em declínio. Honestamente, acredito que devemos ser mais justos com o sérvio. O domínio que ele tem no circuito atual é algo tão monstruoso, que até mesmo um super atleta como Nole, tem direito a uma fase não tão favorável. Em relação a recordes, se ele passará ou não Roger Federer em títulos de Grand Slam, certamente não seria a conquista deste título que responderia a esta questão, portanto, deixamos com que os deuses do tênis se encarreguem disso.

Por fim, não podemos deixar de destacar o título de Bruno Soares ao lado do britânico Jamie Murray nas duplas. Após passarem sufoco nas quartas e na semifinal, a decisão foi uma aula de como jogar duplas, diante do espanhóis Pablo Carreno Busta e Guillermo Garcia Lopez, que limitavam-se a desferir golpes potentes da base, sem mostrar uma estratégia clara para se impor diante de um parceria super competente. Impressionante como um completa o estilo do outro, com Bruno muito firme nas devoluções de saque e no fundo da quadra, enquanto Murray executa voleios com perfeição.

Momento grandioso desta dupla que se formou nesta temporada, e que já conquista o segundo Grand Slam. Certamente podemos esperar por voos mais altos. O tênis brasileiro agradece.

4 comentários:

  1. Excelente matéria! Sou muito fã do Stan e o jogo foi surpreendente...
    Parabéns Renatinho, show de bola!

    Idaur Rodrigues Neto

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  2. Bizarro demais! parabens Toniol pela matéria.
    abs

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