domingo, 16 de julho de 2017

Roger Federer, a perseverança faz a força


Após um ano de 2016 marcado por lesões, e encerrada antes mesmo do segundo semestre, o suíço Roger Federer viveu momentos de extremas incertezas.
A idade já avançada, e o jejum de títulos em torneios de Grand Slam, que vinha desde 2012, fazia com que os críticos pedissem uma aposentadoria do tenista da Basiléia, evitando um 2017 de decepções, que pudessem criar uma “mancha” em seu vasto currículo.
Porém, apoiado pela esposa Mirka, que lhe exigiu uma nova tentativa em sua carreira, Roger vem brindando os amantes do tênis arte, com um 2017 quase impecável.
Começou o ano em um torneio exibição, aonde em seus treinos acumulou mais torcedores do que em muitos jogos de chaves principais. E daí partiu para Melbourne, aonde disputaria o Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada, como retorno oficial ao circuito.
Resultado? Título inesperado em cima do maior rival, o espanhol Rafael Nadal. Obra do acaso? Até parece.
Federer mostrou à todos que o título no Grand Slam australiano não foi uma mera coincidência, mas sim uma mostra de que ele voltara em 2017, não apenas para ser um mero coadjuvante, mas para lutar por grandes conquistas, sendo que logo em seguida vieram os títulos nos masters 1000 de Indian Wells e Miami.
Viria então a temporada em quadras de saibro, aonde sabiamente, Federer decidiu poupar o físico, e se preparar adequadamente para a tentativa do oitavo título em Wimbledon.
Confesso que, embora concordasse com a sua decisão, sabia que um eventual fracasso no Grand Slam londrino poderia gerar uma série de críticas por parte da sempre exigente imprensa.
Porém, Federer foi cirúrgico. Em alguns jogos no início do torneio não chegou a jogar o seu melhor tênis, muitas vezes prejudicado por uma gripe. Mas considerado o rei da grama, o suíço conhece como poucos os atalhos deste tipo de superfície, e jogo a jogo foi se sentindo mais adaptado.
A final deste domingo, diante do croata Marin Cilic, foi impecável. Embora o adversário sofresse com problemas nos pés, o que visivelmente limitou as suas forças, Roger sacou com maestria. Teve de lidar com um único break point em toda a partida, logo no início do primeiro set, o que poderia ter dado nova cara ao confronto.
Com isso, chega ao oitavo título em Wimbledon, se isolando como o maior campeão do torneio, e o 19° em Grand Slam, aumentando ainda mais a sua supremacia.
O que esperar agora de Roger Federer? Simples. Sem pressão nenhuma nas costas, ele entra agora na briga direta pela volta a liderança do ranking, que ocorreu pela última vez em 2012.
Corre a seu favor que, tanto Novak Djokovic quanto Andy Murray sofrem com problemas físicos e podem encerrar precocemente a temporada, e que o segundo semestre de Rafael Nadal, costumeiramente não é dos mais animadores.
E como não poderia deixar de mencionar, quero deixar registrado os meus parabéns ao mineiro Marcelo Melo, campeão duplas no sábado, ao lado do polonês Lukas Kubot. O 5° set decidido em 13x11 diante do austríaco Oliver Marach e do croata Mate Pavic, foi um teste para cardíacos.
E só de pensar que a parceria quase foi desfeita após um início de temporada sonolento, isso nos mostra que a perseverança traz frutos.
Mais do que o título, que era o seu sonho de criança, Melo volta a liderança do ranking de duplas, aonde espero que sirva não somente de motivação aos jovens tenistas que estão chegando em nosso país, mas também aos dirigentes para que olhem com mais amor ao tênis brasileiro.



4 comentários:

  1. Parabéns, belo artigo. E Federer bem que disse no início da temporada que 2017 seria um ano épico, rsrs.

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  2. Muito bom, parabéns pelo blog, Go FedEx rumo ao vigésimo Grand Slam.

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  3. Show, Federer é um mito... Mas eu prefiro o Kyrgios... Kkkk

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  4. Belo artigo. Parabéns Toniol. Abraço

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