sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Lembranças, saudades e esperanças


Em um país acostumado a ver as glórias da Seleção Canarinho, com épicas conquistas mundiais, entre outras, além da doentia paixão por clubes de futebol, o Brasil passou à partir do final da década de 90, a comemorar sucessos em outra modalidade. Sim, é verdade que o voleibol verde e amarelo nos trouxe imensas alegrias, mas o sucesso destacado acima se trata de uma modalidade individual, com o nome de um calçado, o que na teoria, não despertaria o interesse pela maioria dos brasileiros. Sim, é isso mesmo, o tênis, que sobretudo nos anos 60 teve as infinitas conquistas de Maria Esther Bueno em Wimbledon, quando ela encantou o público londrino, voltava a a ter um brasileiro vencendo competições de importante nível. Em 1997, passando desapercebido, Gustavo Kuerten, apelidado de Guga, ou até mesmo de Manezinho da Ilha, por ser natural de Santa Catarina, fazia o impossível, e reinava no saibro sagrado de Roland Garros, com uma vitória incontestável diante do perigoso espanhol Sergi Bruguera na final. Poxa, seremos agora o país do tênis? Era algo que passava na cabeça da maioria dos brasileiros. Para a alegria de uma nação que tinha o tênis apenas como esporte de elite, tudo passava a ser um mar de rosas, com mais duas conquistas em Roland Garros, nos anos de 2000 e 2001, além do inédito título da Masters Cup em 2000, disputada na cidade de Lisboa, em Portugal, torneio que reunia apenas os oito melhores tenistas da temporada. Nesta competição, o nosso grande ídolo só faltou fazer chover em quadra. Passou por feras e lendas do esporte, como o russo Yevgeny Kafelnikov, além dos norte-americanos Pete Sampras e Andre Agassi, este último, a vítima do brasileiro na final. O título garantiu ao brasileiro a liderança do ranking mundial. Sim, agora podemos dizer que o número 1 do mundo é nosso, e com Gustavo Kuerten, não há quem possa. Porém, com o tempo as contusões apareceram, as dúvidas sobre o seu potencial foram evidenciadas até mesmo por jornalistas que sequer entendem algo minímo sobre o tênis. Esforço por parte de Guga certamente não faltou, pelo contrário, foi o que demais este extraordinário tenista e ser humano demonstrou. Foram inúmeras as vitórias épicas. Somados aos jogos citados no parágrafo acima, porque não lembramos da partida válida pelas oitavas-de-final de Roland Garros em 2001, diante do totalmente desconhecido norte-americano Michael Russel, quando o brasileiro teve de salvar um match point? Ou então, porque não recordar a dura vitória sobre o grande sacador Max Mirnyi no US Open, quando ele saiu de dois sets abaixo? Enfim, eu ficaria aqui até amanhã para relatar tais façanhas.
Pois bem, o tempo passou, Guga deixou saudade, e muita, e até hoje me pego perdido buscando na memória cenas que eu já vi, e vejo novamente quantas vezes forem necessárias, mesmo que tudo pareça ilusório, mas que com certeza, são cenas que parecem não ter fim, e que passam na cebeça de todos aqueles brasileiros amantes deste esporte maravilhoso.
Atualmente, o tênis brasileiro vive uma dura realidade, não que na era Guga fosse muito diferente, pois ele era quem carregava tudo sozinho. Recentemente, Thomaz Bellucci fez nascer uma luz de esperança ao conquistar o título do ATP 250 de Gstaad, na Suíça, enquanto que outros, vez ou outra obtem algum êxito em torneios menores. As únicas alternativas agora são, trabalhar, lutar e incentivar, mas dificilmente deixaremos de buscar na memória as lembranças de uma "rainha" que encantou os ingleses, e de uma manezinho, que não foi o Jairzinho, mas que passou como um furacão pelo mundo do esporte.
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domingo, 23 de agosto de 2009

Federer derrota Djokovic e é tricampeão em Cincinnati



A fase está realmente espetacular para o suíço Roger Federer. Não bastasse as façanhas obtidas no primeiro semestre, com o inédito título em Roland Garros, e com a quebra de recorde de títulos de Grand Slam, conquistada em Wimbledon, o atual número 1 do mundo provou nesta semana que ainda pode render muito mais do que muitos imaginam.
Contrariando aqueles que diziam que ele sofreria uma "queda natural de rendimento", o suíço conquistou neste domingo o Masters 1000 de Cincinnati, sendo o seu 16º título deste porte, ficando atrás apenas do lendário norte americano Andre Agassi. Para conseguir tal feito, Federer derrotou na final o sérvio Novak Djokovic, atual número 4 do ranking mundial, por dois sets a zero, com parciais de 6x1 e 7x5.
O primeiro set foi um verdadeiro passeio do líder do ranking. Sacando com eficiência, e contando com diversos erros de Djokovic, que encontrava dificuldades para se impor do fundo de quadra, Federer ainda soube pressionar o saque do rival, para logo abrir 5x0, e em seguida fechar em 6x1.
No início da segunda parcial, o sérvio conseguiu alongar as trocas de bola e conquistou a quebra de saque logo no segundo game, para em seguida abrir 3x0. Porém, com devoluções precisas, Federer devolveu a quebra. Com 5x4 de vantagem, Djokovic ainda teve uma chance de quebra, o que seria também um set point. Com um bom saque na esquerda do rival, Federer colocou as coisas no seu devido lugar, e empatou o set. Neste momento, o suíço apertou ainda mais o serviço do oponente para conquistar a quebra.
Sacando para fechar o jogo, Federer mostou a eficiência e a frieza de sempre para conquistar o torneio.
O título conquistado neste domingo foi o terceiro de Federer no torneio, curiosamente ocorrendo sempre nos anos ímpares, já que antes havia triunfado em 2005 e 2007. Mais do que isso, ele se credencia ainda mais ao título do US Open, último Grand Slam da temporada, e que tem início no próximo dia 31.
Opinião
Com um volume de jogo espetacular, que foi demonstrado desde a partida das semifinais, diante do britânico Andy Murray, fica cada vez mais evidente que Federer é outro jogador quando joga sem pressão. É verdade que a derrota diante do francês Jo Wilfried Tsonga, na semana passada em Montreal, quando o suíço liderava o terceiro set por 5x1 foi um "quebra regras", porém, algo que nesta semana ficou comprovado que não afetou a confiança e motivação do líder do ranking mundial.
A sua direita vem funcionando com extrema eficiência, além de o seu slice de esquerda ser um grande alicerce nas mudanças de ritmo, o que não permitiu tanto a Murray quanto a Djokovic tomarem ações ofensivas por muito tempo. O serviço de Fedex também está afiado, e o único quesito em que para muitos pode parecer desfavorável a ele, foram algumas subidas precipitadas à rede, algo que na minha visão é algo super positivo, pois mostra o quão seguro e confiante ele está em seu jogo.
O US Open está chegando, e com ele novas histórias serão escritas no mundo do tênis.
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